O livro Essencialismo propõe uma forma de viver a vida pessoal e profissional de forma simples, visando obter resultados expressivos em direção a metas e objetivos bem estabelecidos, da forma mais assertiva e com menos esforço.
Para isso, traz estratégias e uma abordagem totalmente fora do senso comum, baseada na máxima “menos, porém, melhor”. Isso porque, segundo o autor, poucas coisas são realmente essenciais, quase tudo é trivial. E, para alcançar a excelência, é necessário remover os ruídos, focando apenas no que é essencial.
Neste artigo, mostro as principais lições do Essencialismo, na intenção de que você aproveite alguns desses conhecimentos, mas saia daqui com mais vontade de ler o livro completo. Ou, caso já tenha lido, que consiga reforçar essas valiosas lições. Vem comigo!
Essencialismo
Autor: Greg McKeown
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Ou continue nesse artigo até o final para ler o resumo da obra.
O que é o Essencialismo?
O essencialismo é um estilo de vida baseado em empregar a busca disciplinada por menos, porém, melhor. O objetivo dessa abordagem é entregar a máxima contribuição possível ao que é essencial, sem se exaurir ao longo do caminho.
O essencialismo é uma abordagem disciplinada e sistemática para determinar onde está o ponto máximo de contribuição de modo a tornar sua execução algo que quase não demanda esforço.
Ainda segundo o autor, ao investir em menos coisas, temos a experiência satisfatória de alcançar um avanço significativo no que mais importa. Para ilustrar melhor, em muitos pontos, ele destaca as diferenças entre o essencialista e não essencialista.
O não essencialista
Em meio ao excesso de informações e requisições do mundo moderno, o não essencialista acaba sofrendo da “fadiga decisória”.
- Fadiga decisória: quanto mais escolhas somos forçados a fazer, mais a qualidade das decisões se deteriora.
Assim, o não essencialista sucumbe à avalanche de obrigações, oportunidades e pressão social e diz sim para tudo, na ilusão de que consegue dar conta. Por não conseguir priorizar, acaba ficando sobrecarregado, além de não conseguir entregar sua máxima contribuição a nenhuma de suas inúmeras atividades.
Como consequência, acaba progredindo um milímetro em várias direções, mas sem resultado realmente expressivo em nenhuma delas. Frente a desafios, tem a tendência a querer trabalhar mais, se esforçar mais. Por isso, está frequentemente estressado.
Os não essencialistas são a maioria, pois seguem o senso comum. São engolidos pelas demandas do dia a dia. Não sabem que possuem escolha, não sabem como se posicionar, ou não possuem clareza dos seus objetivos essenciais. Foram moldados pela crença social de que uma pessoa produtiva tem que estar sempre ocupada com mil coisas.
O essencialista
Paradoxalmente, o essencialista analisa um volume maior de opções que o não essencialista, mas diz sim apenas ao essencial, no trabalho e na vida. Isso porque sabe que quase tudo é ruído, poucas coisas são realmente essenciais.
Com isso, consegue dedicar mais energia às poucas áreas escolhidas. Como consequência, obtém grande progresso em seus empreendimentos, sem se exaurir.
O essencialista não tem medo de perder oportunidades, pois aceita perder para ganhar. Sabe dizer não a coisas muito boas ao reconhecer que elas podem estar no caminho das coisas excelentes.
Viver como um essencialista nessa sociedade de excessos é um ato de revolução silenciosa.
Esses indivíduos são a minoria, pois aderir ao essencialismo demanda empenho deliberado na busca disciplinada por menos. Viver de forma fácil e simples no mundo atual é uma grade desafio, pois vai na contramão do senso comum. Mas, a boa notícia é que dá para melhorar com a prática.
Leia também: Melhores livros sobre foco e concentração
Fazer menos, porém, melhor: o lema do essencialista
Tudo o que não dá a máxima contribuição à meta é trivial. E tudo o que é trivial deve ser removido. Para isso, é necessário, antes de tudo, identificar o que é essencial, e, em seguida, eliminar proativamente todo o resto.
O que é essencial? Como obter clareza de propósito
Sem foco, se gasta tempo e energia com trivialidades. Somente com clareza de propósito se pode alcançar a verdadeira excelência. Uma forma de conseguir isso é estabelecendo um objetivo essencial.
Sem clareza e propósito, buscar algo só porque é bom não é o suficiente para você chegar ao topo.
Um objetivo essencial deve ser completo o bastante para responder à pergunta “como saber que o projeto teve sucesso?”
- Exemplo de objetivo não essencial: Eliminar a fome no mundo.
- Exemplo de objetivo essencial: Construir 150 casas baratas, ecológicas e resistentes a tempestades para famílias que moram no Lower 9th Ward. (Meta da entidade Make it Right, fundada por Brad Pitt para acelerar a reconstrução de Nova Orleans após o furacão Katrina).
Perguntas-chave:
- O que quero alcançar na carreira nos próximos 5 anos?
- Se só pudéssemos ser realmente bons em uma única coisa, o que seria?
Tenha a coragem de dizer não
Dizer não é difícil porque tememos perder oportunidades, ou magoar as pessoas, ou ainda porque não temos clareza do que é essencial. Assim, as chaves para se tornar capaz de dizer não são coragem e clareza. Há formas de facilitar a missão de dizer não:
- Separe a decisão do relacionamento: entenda que você está dizendo não à algo, e não à pessoa.
- Concentre-se no que terá que perder caso diga sim.
- Esteja disposto a trocar popularidade por respeito.
- Diga não sem dizer não. Ex: “adoraria, mas no momento não tenho disponibilidade. Que tal marcarmos dia x?”, “vou conferir minha agenda e fico de dar um retorno”,”não posso, mas talvez fulano se interesse”.
Imponha os limites
Para exercer a capacidade de escolher o essencial, será necessário impôr limites às outras pessoas. Mas não deixe para agir no momento das intercorrências. Estabeleça as regras de forma proativa e com antecedência.
… se não estabelecermos limites eles não existirão. Pior ainda, haverá limites, mas apenas aqueles determinados por omissão- ou por outra pessoa- e não de caso pensado.
Descomprometa-se do que não faz mais sentido
É necessário se descomprometer de atividades não essenciais. Em geral, é mais difícil sair de um projeto em andamento do que não se comprometer logo no início. Isso se dá, principalmente, devido a certos viéses cognitivos:
- Influência dos custos perdidos: tendência de continuar gastando tempo e dinheiro em uma proposta sabidamente mal sucedida só porque já foi gasto um valor impossível de ser ressarcido.
- Efeito dotação: subestimar o que não é nosso e supervalorizar o que já possuímos.
- Influência do status quo: tendência de continuar fazendo uma coisa só porque sempre fizemos assim.
Para lidar com esses desafios, você pode recorrer às perguntas-chave:
- Se eu não tivesse investido nesse projeto, quanto investiria nele hoje?
- O que eu poderia fazer com o tempo ou o dinheiro se pulasse fora hoje?
- Se eu não tivesse essa oportunidade, o que estaria disposto a sacrificar para obtê-la?
O essencial que parece trivial
O essencialista prioriza certas coisas consideradas triviais pelos não essencialistas. São elas:
Explorar
O essencialista gasta mais tempo que o não essencialista pensando, analisando e debatendo antes de executar. Não sai fazendo qualquer coisa.
Dormir
A privação de sono compromete a capacidade de discernir, fazer conexões criativas e usar o senso crítico, atividades-chave do essencialista. Os efeitos deletérios da falta de sono podem ser comparadas aos efeitos do álcool na corrente sanguínea. O sono é pré-requisito para a alta performance. Por isso, é tratado como prioridade pelo essencialista.
Brincar
Brincar expande a mente. Permite surgir novas ideias e questionar as antigas. Ajuda a ver possibilidades ocultas e fazer novas conexões. Os executivos da Google, da Pixar e outras grandes corporações empregam atividades lúdicas às suas agendas com esse propósito.
Escapar
Consiste em reservar, de forma deliberada, um período sem distrações para não fazer absolutamente nada além de pensar. O autor dá exemplos de como essa estratégia foi empregada por Isaac Newton, Bill Gates e até na Universidade de Stanford (não vou contar tudo aqui para não dar spoiler hehehe)
Como se tornar um essencialista
Aderir ao essencialismo requer firmeza e empenho deliberado. Veja a seguir algumas das estratégias para se tornar um essencialista:
Exerça seu poder de escolha
Tomar decisões é um grande desafio. Isso porque, frequentemente, abrimos mão do nosso livre-arbítrio por acreditar que precisamos fazer tudo, que não temos alternativa. Porém, o autor enfatiza que o poder de escolha nunca é perdido, mas sim esquecido. Quando isso acontece, sofremos da condição chamada impotência aprendida.
- Impotência aprendida: contentamento com uma situação indesejada por acreditar que não se tem escolha.
Para nos libertar, precisamos reconhecer que temos o poder de escolha e decidir ativamente exercê-lo.
Se não escolhemos conscientemente no que concentrar nosso tempo e nossa energia, os outros escolhem por nós, e logo perdemos de vista tudo o que é significativo. Ao abrirmos mão de fazer as escolhas, permitimos que os interesses alheios controlem nossa vida.
Perguntas-chave:
- Qual dessas iniciativas oferece a maior contribuição à minha meta?
- O que me inspira profundamente?
- Qual é meu talento?
- O que atende a uma necessidade do mundo?
- Se eu só pudesse fazer uma coisa, qual seria?
Utilize critérios rígidos nas escolhas
Aqui será necessário abrir mão do bom em prol do ótimo. A premissa é “se não for um sim óbvio, então é um não óbvio”. Mas vale a pena, porque aplicar critérios estritos permite aproveitar melhor o sofisticado mecanismo de busca do cérebro.
Isso também se aplica a oportunidades inesperadas. Uma estratégia para isso é definir uma lista com 3 critérios mínimos e 3 critérios rígidos (ou ideais). Para dizer sim, é necessário que a alternativa tenha passado pelos 3 primeiros critérios e atenda, pelo menos, a 2 dos últimos.
Identifique os gargalos que atrasam o progresso e remova-os
Frente a desafios, em vez de buscar empregar mais esforço, busque remover obstáculos que atrasam o progresso. Pois há um ponto em que fazer menos produz mais resultado.
- Lei de Pareto: apenas 20% de todo o esforço produz 80% do resultado.
Perguntas-chave:
- Quais são os meus 20% que geram 80% dos resultados?
- O que me impede de concluir esse projeto?
- Qual é o obstáculo que, se removido, fará quase todos os outros desaparecerem?
Facilite a execução do que é essencial
Enquanto o não essencialista acha que o essencial é sempre feito à força, o essencialista sabe que a rotina correta produz resultados exponenciais. Por isso, encontra maneiras de incorporar as atividades essenciais ao dia a dia, de forma a fazer com que elas entrem para o piloto automático.
Assim, em vez de gastar energia tomando as mesmas decisões várias vezes, libera espaço mental para outras atividades essenciais. Além disso, hábitos não essenciais devem ser deliberadamente eliminados. Ex: olhar o celular de manhã logo ao acordar.
Estabeleça margens de segurança e planos de contingência
O essencialista tira um tempo para prever, planejar cenários e estratégias de gestão de riscos e se prevenir contra imprevistos. Formas de fazer isso incluem poupar dinheiro para ter uma reserva em tempos de crise e ter consciência da falácia do planejamento.
- Falácia do planejamento: tendência de subestimar o tempo necessário para uma tarefa.
Considerando este último, o autor recomenda acrescentar uma margem de segurança de 50% a mais do tempo planejado para as atividades importantes. Ex: tem uma reunião prevista para durar 1 hora? Então reserve na sua agenda 1 h e 30 min para esse compromisso.
Perguntas-chave:
- Que riscos eu corro nesse projeto?
- Quais seriam os impactos financeiros/sociais?
- Como posso investir para reduzir riscos ou aumentar a resiliência social/financeira?
Foque em fazer pequenos progressos de forma consistente
Em vez de forçar metas ousadas, o essencialista sabe que os grandes resultados são conquistados por meio de pequenas vitórias obtidas de forma constante.
Perguntas-chave:
- Qual é o menor progresso que seria útil e valioso para a tarefa essencial que queremos cumprir?
- Qual é o mínimo que posso fazer agora mesmo para me preparar para esse projeto?
Direcione a atenção para o momento presente e foque no que é importante agora
Para dar sua máxima contribuição, é necessário focar no momento presente. Cada segundo gasto se preocupando com o passado ou o futuro nos distrai do que é importante aqui e agora. Limpe sua mente das preocupações com o que não está sob seu controle.
Quando se sentir sobrecarregado com os afazeres, recorra à pergunta-chave:
- O que é importante agora?
Aplique o essencialismo na liderança
Líderes essencialistas estabelecem objetivos essenciais e se comunicam de forma sucinta e específica. Possuem critérios rígidos para a contratação.
Cada um dos seus liderados tem clareza sobre suas atribuições, bem como sobre a visão mais abrangente do trabalho. Esses sente-se motivados, pois suas pequenas conquistas são reconhecidas e valorizadas.
Conclusão: esse livro é essencial
O essencialismo consiste em um estilo de vida que busca reduzir ativamente o número de atividades ou empreendimentos executados, entregando o máximo de qualidade, com o mínimo de distrações triviais. O objetivo é atingir a alta performance apenas no que realmente importa, mantendo o equilíbrio e bem-estar tanto na vida pessoal quanto profissional.
Além de definir o que é o essencialismo, neste artigo fizemos uma breve comparação entre o essencialista e o não essencialista. Também vimos como distinguir o que é essencial do que é ruído, destacando, inclusive, aquelas atividades essenciais que parecem triviais ao senso comum.
Por fim, abordamos atitudes que caracterizam o essencialista, exploramos alguns conceitos e entendemos como evitar as principais armadilhas no caminho. Enfim, aqui resumi as principais lições que aprendi com o livro essencialismo! Espero que este artigo tenha sido útil e esclarecedor, mas que não substitua, de forma alguma, essa leitura riquíssima!
Você já leu ou pretende ler esse livro? Me conta sua experiência na área de comentários, no final da página!
Quer saber mais sobre o tema?
Essencialismo
Autor: Greg McKeown
Esse livro mostra que é possível equilibrar trabalho e vida pessoal, entregando contribuição máxima nessas áreas e vivendo-as plenamente, com resultados significativos e sem se exaurir.
Derruba de vez a crença de que pessoas produtivas precisam estar sempre ocupadas e sobrecarregadas.
Quanto à experiência de leitura, posso assegurar que o livro faz jus ao princípio que prega: ele é simples, fácil de entender e direto ao ponto, sem encheção de linguiça. Conteúdo rico e essencial para quem quer uma vida com mais propósito e menos estresse!
Pack Essencialismo + Sem esforço
Autor: Greg McKeown
O livro Sem Esforço é a continuação do Essencialismo. Segundo o autor, “Essencialismo era sobre fazer as coisas certas. Sem esforço é sobre fazê-las do jeito certo.”
Assim, este último traz estratégias para colocar em prática o essencial de forma fácil.
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