Melhorar a comunicação no dia a dia pode parecer um grande desafio, mas a boa notícia é que pequenos ajustes fazem uma enorme diferença. Pensando nisso, reuni aqui 8 dicas práticas para te ajudar, cada uma delas pensada para ser simples e fácil de aplicar.
O melhor de tudo? Elas são incrivelmente úteis nos mais diversos contextos da vida: desde uma reunião importante no trabalho, passando por conversas em família, até aquele bate-papo informal com amigos. O objetivo é que você possa começar a implementá-las imediatamente.
Gostou da ideia? Então vem comigo!
Uma coisa de cada vez: hora de escutar não é hora de contra-argumentar

Um dos hábitos nocivos à comunicação mais comuns é ficar ensaiando mentalmente seus argumentos enquanto o outro está falando. Quem nunca, né? Porém, durante a escuta, o ideal é dedicar sua atenção total ao seu interlocutor.
Isso significa deixar de lado quaisquer reservas, pré-conceitos e julgamentos. Portanto, abstenha-se de se defender ou se justificar nesse momento. Apenas dedique-se inteiramente a escutar, como gostaria de ser escutado. É hora da escuta ativa.
Para tanto, demonstre interesse genuíno, faça perguntas pertinentes e não interrompa. O livro Como fazer amigos e influenciar pessoas, obra mais famosa de Dale Carnegie, nos ensina que ser um bom ouvinte é requisito essencial para conquistar as pessoas e ser reconhecido como um bom conversador.
O seu corpo também fala: cuide para que ele fortaleça seus argumentos

Parte significativa da nossa comunicação se dá através dos nossos gestos, posturas e expressões faciais. Muitas vezes, o corpo envia mensagens mais impactantes do que as próprias palavras, embora nem sempre nos damos conta disso. Portanto, é crucial alinhar sua linguagem não verbal à sua mensagem verbal para transmitir credibilidade e confiança. Para isso, algumas atitudes podem fazer toda a diferença. Ex:
- Mantenha a postura ereta e, sempre que possível, descruze os braços. Braços cruzados podem comunicar fechamento ou defensiva, criando uma barreira involuntária.
- Olhe para o rosto de seu interlocutor, especialmente nos olhos, sem intimidar. Evitar o olhar pode transparecer insegurança ou desinteresse.
- Utilize gestos moderados com as mãos para enfatizar pontos importantes, mas sem exageros que possam distrair.
- Mantenha uma expressão facial congruente com a sua mensagem. Um sorriso ao compartilhar boas notícias ou uma expressão mais séria para temas importantes reforçam suas palavras.
- Fique atento a tiques e gestos repetitivos: balançar o pé, mexer repetidamente nos cabelos, óculos ou na roupa, ficar movendo a cadeira giratória enquanto fala. Todos esses movimentos desviam a atenção dos seus argumentos.
Segundo o livro Como falar em público e encantar as pessoas, não existem movimentos neutros; cada gesto que você faz tem um efeito na comunicação. Isso vale não apenas ao falar em público sobre um palco, mas também em situações corriqueiras, como em reuniões no trabalho. Então, fique atento à sua linguagem corporal.
Fique atento a vícios de linguagem

Vícios de linguagem são aquelas expressões, interjeições ou gírias que falamos de forma repetitiva sem perceber. Alguns exemplos comuns incluem: “né?”, “tipo assim…”, “bah”, “então…”, “aí”, “ok?”, “certo?”. Essas muletas linguísticas podem empobrecer seu discurso e, principalmente, desviar a atenção do ouvinte da sua mensagem principal.
Se você está se preparando para uma palestra ou apresentação importante, gravar seus ensaios pode ser uma ótima estratégia. Ao escutar seu próprio discurso, você poderá identificar eventuais vícios de linguagem que passam despercebidos no calor do momento.
Além disso, outra dica útil é pedir ajuda a alguém do seu convívio, como cônjuge, amigo ou um familiar. Peça para essa pessoa te chamar a atenção discretamente cada vez que você utilizar a expressão repetitiva. Assim, vai ficar mais fácil eliminar ou controlar o uso dessas palavras.
Quebre o padrão

Essa dica funciona tanto para falar em público quanto em diálogos, sendo especialmente útil quando você quer que seu recado seja lembrado nitidamente. Trata-se de quebrar o padrão da interação. Você pode fazer isso usando algum gesto ou ação inesperado (claro, quando a situação permitir e com bom senso) ou, de forma mais sutil, simplesmente mudando o tom de voz, fazendo uma pausa estratégica ou alterando o ritmo da fala.
Isso funciona porque nosso cérebro é naturalmente programado para notar novidades e contrastes. Quando algo foge do esperado, nossa atenção é aguçada. Assim, ao introduzir um elemento surpresa ou uma variação na sua comunicação, você capta a atenção do ouvinte de forma mais intensa. Isso faz com que a mensagem associada a essa quebra de padrão se destaque e tenha maior chance de ser fixada na memória.
Seja direto, não enrole

Se você quer que sua mensagem seja compreendida com clareza, fale de forma direta, sem rodeios. Logo no início da conversa, informe o ponto principal que você deseja comunicar. Em seguida, se necessário, desenvolva a explicação de maneira concisa.
Isso porque o excesso de argumentos tende a enfraquecer a mensagem. Além disso, uma explanação muito longa cansa o seu ouvinte. Por fim, muitos detalhes podem acabar deixando sua explicação confusa e dispersa.
Se você tem, por exemplo, três justificativas para uma ideia que quer defender, escolha apenas a mais forte. Então, explique e enfatize-a, em vez de discorrer sobre todos os fatores. Essa abordagem facilita o entendimento por parte do outro e causa uma impressão mais marcante.
Caso você tenha o hábito de enviar áudios no WhatsApp, essa é uma ótima oportunidade para praticar a fala assertiva. Para isso, limite suas mensagens a, no máximo, um minuto. Se o áudio passar desse tempo, cancele e tente novamente, reformule a explicação, indo direto ao ponto. Seus contatos certamente irão agradecer!
Em vez de provar que tem razão, fortaleça o senso de “nós”

No livro As armas da persuasão 2.0, um dos melhores livros sobre persuasão, o psicólogo Robert Cialdini explica que, em relacionamentos românticos, a abordagem de persuasão costuma seguir um dos 3 padrões a seguir:
- Coercitivo: se baseia em comentários degradantes ou ameaças. Ex: “você será um imbecil se fizer isso” Geralmente essa atitude frustra o parceiro e tende a afastar o casal;
- lógico/factual: o persuasor tenta provar que tem razão, muitas vezes, afirmando sua superioridade racional. Ex: “analise os fatos e verá que estou certo”;
- geração de parceria: enfatiza o casal como uma unidade, focando no “nós”. Antes de fazer um pedido, o discurso inicia com “bem, estamos juntos há tanto tempo e nos gostamos tanto…”
Adivinha qual dessas abordagens costuma ser a mais bem sucedida para convencer o parceiro? Se você apostou na terceira, acertou. Embora esses exemplos se refiram a casais, é fácil perceber que esses padrões se aplicam a qualquer relacionamento.
Aliás, se você pensar bem, aposto que consegue lembrar de pessoas e situações que ilustram os três estilos de discurso. Certamente, fica claro que, os dois primeiros despertam sentimentos negativos e geram resistência, enquanto o terceiro é, de longe, o que tem a maior probabilidade de ser bem-sucedido, não é mesmo?
Então que tal adotar essa postura nas suas conversas quando quiser persuadir alguém? Em vez de ser ofensivo ou tentar provar que está certo, enfatize os pontos em comum, mostrando que você está do lado do seu interlocutor, não contra.
Diga o que você quer, não o que não quer

Em seu livro Comunicação não-violenta, o psicólogo Marshall Rosenberg ensina várias estratégias para desenvolver um diálogo assertivo. Uma delas é pedir claramente o que você quer, não o que você não quer. Isso direciona a conversa para soluções construtivas.
Por exemplo, em vez de dizer: “Não quero que você chegue atrasado para nossos compromissos”, experimente dizer: “Gostaria que você se esforçasse para chegar no horário combinado para nossos compromissos, pois assim aproveitamos melhor nosso tempo juntos”. Percebe como a segunda frase é mais propositiva e específica?
Outra abordagem que a Comunicação não-violenta (CNV) ensina é focar em fatos observáveis em vez de julgamentos ou acusações. Isso diminui a defensividade do outro e abre espaço para o entendimento.
Por exemplo, em vez de acusar: “Você nunca me escuta quando eu falo!”, você pode dizer: “Quando converso com você enquanto você mexe no celular, sinto que não estou sendo ouvido (a). Poderia, por favor, me dar sua atenção agora?”. Essa mudança de perspectiva foca no comportamento e na sua necessidade, facilitando uma conexão mais empática.
A prática leva à perfeição

Não há como superestimar o poder da prática na melhora da comunicação. Você já deve saber que os melhores oradores ensaiam seus discursos inúmeras vezes. Esse, aliás, é um dos pontos ressaltados em praticamente todos os livros sobre comunicação. Porém, o que você talvez não saiba, é que esse hábito também funciona em interações sociais espontâneas.
Maxwell Maltz, em seu livro Psicocibernética fala sobre o shadowboxing, prática empregada por alguns boxeadores. Nada mais é do que o ato de ensaiar sozinho os golpes, defesas e movimentos que serão realizados na luta.
O autor incentiva o uso do shadowboxing não apenas na luta e nos esportes, mas também em discursos e palestras e recomenda essa prática até mesmo para interações em eventos, festas e conversas informais.
No livro ele dá o exemplo de uma mulher tímida que aprendeu a se destacar como uma pessoa carismática e agradável em eventos sociais, simplesmente devido a suas sessões de prática. Ela ensaiava os sorrisos, cumprimentos e até os apertos de mão que daria em recepções importantes.
Segundo a própria, embora essas situações sejam, em geral, espontâneas, a autoconfiança que ela desenvolveu ensaiando previamente em frente ao espelho a capacitou a improvisar suas reações de forma fluida e assertiva.
Quem não se comunica se trumbica! Coloque as dicas em prática hoje mesmo!
Melhorar a comunicação no dia a dia exige consciência e dedicação, mas os benefícios compensam. As 8 dicas que você conferiu neste artigo vão te ajudar a aprimorar sua escuta ativa e linguagem corporal e até refinar sua objetividade.
Aplicar essas técnicas requer prática constante, mas não se intimide. Todas elas são simples e imensamente úteis nos mais diversos tipos de interação. Então, você pode começar hoje mesmo! Inicie com uma ou duas das dicas que você mais gostou. Aos poucos, vá implementando as demais.
E, por fim, não perca a oportunidade de ajudar outras pessoas. Se estas dicas foram úteis para você, compartilhe este artigo com amigos e colegas que também podem se beneficiar de uma comunicação aprimorada!
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