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Principais ideias do livro Sobre a brevidade da vida

Escrito por Sêneca no ano 49, o livro Sobre a brevidade da vida é redigido na forma de um ensaio dirigido a seu amigo Paulino. Repleto de sabedoria, porém em tom direto e linguagem acessível, é considerado como um dos melhores livros de estoicismo para iniciantes.

Nele, o filósofo defende que a vida, embora considerada curta, é, na verdade, longa o suficiente para que se viva plenamente. O problema, segundo Sêneca, não está na duração da vida, mas na maneira equivocada como utilizamos nosso tempo. 

Ao longo da obra, ele orienta sobre as coisas que encurtam a vida. Também contextualiza o que é uma vida breve e discute o que significa ter uma vida realmente longa, independente do número de anos contados. 

Quer saber mais? Então fique por aqui e confira as principais ideias apresentadas no livro Sobre a brevidade da vida.


Esse artigo é inspirado no livro Sobre a brevidade da vida, uma das melhores obras de Sêneca. Aqui reuni meus próprios insights sobre as ideias que mais me chamaram a atenção na obra.

Se quiser ler o livro na íntegra, é só clicar em um dos links indicados para adquirir seu exemplar.


A vida não é curta, nós é que a desperdiçamos

Segundo Sêneca, a vida que nos foi dada é suficientemente longa para grandes realizações. Contudo, quando a desperdiçamos com coisas fúteis, sentimos que passa muito depressa. Ele defende que a vida não tem a ver com o número de anos que se vive, mas sim com o que se faz com esse tempo.

O filósofo critica aqueles que reservam para a busca da sabedoria apenas o tempo que sobra após se resolver todos os demais negócios. Ele alerta que muitas pessoas gastam seus dias em atividades que não trazem satisfação e ainda encurtam a vida.

Coisas que encurtam a vida

O livro Sobre a brevidade da vida defende que a vida é breve para aqueles que dedicam grande parte de seus dias perseguindo coisas que não têm real importância. Por exemplo: 

Prazeres efêmeros

Tempo gasto com vícios e prazeres vãos não são vida, mas apenas tempo gasto. Quem se ocupa com essas coisas não dispõe de tempo para estudar, aprender e se desenvolver. Além disso, a busca por prazeres frívolos não é recompensadora

Isso porque, na ânsia pelo prazer, o indivíduo não vive o presente. O tempo que desfruta da gratificação imediata é curto e seguido por mais um longo período de ansiedade, na expectativa pela próxima oportunidade de satisfazer suas paixões.

Vaidade

A busca por reconhecimento e aprovação dos outros é uma das formas de desperdício de tempo. Sêneca alerta que a vaidade coloca o homem em uma posição de dependência, onde ele se submete ao julgamento dos outros e se desgasta na busca por status e elogios.

Quem se deixa dominar pela vaidade vive para os outros, e não para si mesmo. Portanto, não aproveita o tempo para cultivar a verdadeira sabedoria e a virtude. Em vez de buscar a aceitação genuína e o autoconhecimento, se perde na busca por uma imagem que, por sua própria natureza, é efêmera e insustentável.

Vício em trabalho, status, poder

Sêneca se refere a homens de grande prestígio e poder que se tornam escravos de seu trabalho. Têm tantos clientes que não sobra tempo para si. Gastam a maior parte do tempo trabalhando enquanto anseiam pelas férias. 

Quem está sempre ocupado com o trabalho, não tem tempo para viver. No entanto, quando a morte chegar, por bem ou por mal, será necessário encontrar tempo disponível para ela. Nesse momento, o indivíduo se dá conta de quanto tempo gastou trabalhando por coisas de que não desfrutou.

Assim, o homem que dedica tempo demais de sua vida ao trabalho, fortuna e status, não é livre e tem uma vida curta. Vive sob ordens, ocupa-se de interesses dos outros e não é dono sequer de seu sono ou de sua própria caminhada, pois tem seu ritmo ditados por outros.

Consumir informações inúteis

Direcionar a atenção para obtenção de conhecimentos inúteis como curiosidades vãs a respeito de coisas e pessoas. Aqui poderíamos incluir ainda bisbilhotar a vida alheia, inclusive de famosos, e perder tempo com fofocas de celebridades, discutindo sobre suas vidas.

Se na época de Sêneca isso já era uma questão relevante, hoje, na era tecnológica, mais de que nunca cabe nos atentar a isso. O suprimento de informações inúteis é infinito e prontamente disponível na maior parte do tempo. Assim, torna-se imperativo administrar nossa atenção com a mesma intencionalidade com que devemos gerir nosso tempo e dinheiro.

A única fortuna que realmente temos

Podemos comparar a vida a uma grande fortuna, que pode ser rapidamente esgotada nas mãos de quem não sabe administrar. Por outro lado, tanto quanto um bom administrador sabe aumentar uma quantia limitada de riqueza, a vida se torna longa nas mãos de quem sabe dela dispor.

Muitos de nós se agarram ao dinheiro como algo valioso e escasso. Porém, somos desleixados ao administrar a maior riqueza de que dispomos, que é o tempo. Nos permitimos desperdiçá-lo e até mesmo aceitamos que ele nos seja roubado. 

Aceitamos poupar dinheiro para um futuro incerto, contudo, nos esquecemos que nosso tempo de vida também é incerto. Se fosse possível saber quantos anos ainda nos restam, não nos agarraríamos a cada um deles, evitando ao máximo desperdiçá-los?

A vida é dividida em três períodos

São eles: o que foi, o que é e o que será. Destes, o passado é certo, o futuro duvidoso e o presente curto. Este último é o único disponível para pessoas muito ocupadas, porém, ele lhes escapa sem ser percebido.

O passado, segundo Sêneca, é inviolável, pois não está mais sob influência do destino, e sua posse é certa, não sendo possível roubá-la. No entanto, ele afirma que apenas quem tem uma mente segura de si e sossegada pode exercer essa posse.

Isso porque, quem tenha agido de forma desonesta e traiçoeira deve ter medo de sua própria memória, de forma que não poderá examinar o passado e aprender com ele com serenidade. Assim, a vida breve é caracterizada por esquecer o passado, negligenciar o presente e temer ou ansiar pelo futuro.

Viva agora e não depois

Sêneca comenta sobre aqueles que anseiam pela aposentadoria, pensando nela como o tempo que dedicarão a descansar, curtir a vida e se desenvolver como pessoas. Ele considera uma tolice adiar planos tão significativos para uma idade que poucos atingem.

Ele também considera um desperdício ficar sonhando com o amanhã, e argumenta que o maior obstáculo para a vida é a expectativa que depende do amanhã e do desperdício de hoje. Pois dessa forma, você se agarra a algo que está nas mãos do destino, ou seja, fora do seu controle, enquanto abre mão daquilo que está sob seu domínio.

Leia também: Top 10 lições do estoicismo para uma vida mais feliz

Então, o que realmente importa na vida?

Bem, já vimos que, para Sêneca, os prazeres transitórios, a vaidade, o status social e o excesso de trabalho são desperdício de vida. Então, o que seria, segundo ele, a vida real, aquilo com que vale a pena se ocupar? A resposta é o ócio. Mas não qualquer tipo de ócio.

Segundo Sêneca, os únicos que fazem bom uso da vida são os ociosos, aqueles que estão disponíveis para a sabedoria. Esses acrescentam eternidade às suas vidas. Por outro lado, o tempo empregado em atividades e passatempos que consomem a atenção do indivíduo, não é considerado ócio pelo filósofo.

O verdadeiro ócio é aquele empregado no estudo da filosofia, no desenvolvimento da sabedoria e no cultivo das virtudes. Além disso, o estudo e contemplação dos ensinamentos dos grandes sábios, como Zenão, Pitágoras, Aristóteles, entre outros, é o que acrescenta anos a mais à vida de quem se dedica a esse propósito.

Como ter uma vida longa

Assim sendo, abandonar as paixões, cultivar a sabedoria e se inspirar nos maiores sábios da Humanidade é a verdadeira forma de viver e alcançar a imortalidade. Sêneca afirma que o verdadeiro sábio faz sua vida longa combinando todos os tempos (passado, presente e futuro) em um.

Isso porque o sábio vive o presente, sem reservas em olhar para o passado para aprender com ele e fazer sua autoavaliação. Além disso, projeta seu olhar para o futuro, mas de forma equilibrada. Ele não se perde em expectativas ansiosas ou medos infundados, mas faz planos com base na razão e no entendimento de que a vida é finita. Assim, encontra serenidade no presente, aproveitando-o plenamente

Para Sêneca, a vida longa não é medida em anos, mas na profundidade com que se vive. Quem vive com propósito, sabedoria e virtude, transcende a limitação do tempo e alcança a verdadeira imortalidade.

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2 Comentários

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