O livro Hiperfoco, de Chris Bailey, ensina como utilizar de forma consciente e intencional nossos 2 modos de foco: hiperfoco e foco disperso. Ao alternar entre eles de forma intencional e estratégica, podemos obter máxima produtividade nas tarefas analíticas e encontrar soluções inteligentes para os problemas criativos.
Interessou? Então fique por aqui para conferir um resumão do livro Hiperfoco com as principais lições dessa obra. Ao final dou minha opinião pessoal e te conto como essa leitura impactou minha rotina. Bora?
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ToggleO que é o hiperfoco e qual é a sua importância?
Segundo Bailey, o conceito de hiperfoco pode ser resumido em uma única frase: mantenha um objeto de atenção importante e complexo na consciência enquanto trabalha. No entanto, a maioria de nós administra a atenção no piloto automático, permitindo que quaisquer distrações e interrupções que surjam tomem nosso foco imediatamente.
O problema de operar no piloto automático é que as coisas mais imediatas e estimulantes do ambiente são as mais atrativas e abundantes, porém, raramente são as mais importantes. Dessa forma, acabamos desperdiçando esse precioso bem que é a atenção.
“Direcionar a atenção ao objeto mais importante de sua escolha- e, em seguida, manter essa atenção- é a decisão mais significativa que você vai tomar durante todo o dia. Somos aquilo em que prestamos a atenção.”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
A atenção é um recurso finito e valioso
Segundo o livro hiperfoco, de Chris Bailey, atenção sem intenção é desperdício de energia. A intenção deve sempre preceder a atenção. Isso porque, embora seja crucial para a produtividade, a atenção é um recurso limitado e restrito.
“A atenção é finita, e é o ingrediente mais valioso que você tem para viver uma boa vida; então garanta que tudo o que você consome valha a pena”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
Estudos estimam que nosso cérebro é exposto a cerca de 11 milhões de bits de informações a cada segundo. Contudo, conseguimos nos concentrar de forma eficiente em uma porção mínima desse montante: apenas 40 bits. Quando se trata de reter os dados na memória de curto prazo, esse número cai de 40 para 4!
Por que as distrações que desviam nosso foco são tão atrativas?
As maiores barreiras para o hiperfoco são as distrações, tanto internas quanto externas. As interrupções internas são aquelas que ocorrem quando a mente divaga, o que acontece naturalmente 47% do tempo. Já as externas são aquelas decorrentes de notificações do celular, de interferências por colegas ou pessoas do nosso convívio, etc.
As interrupções costumam ser irresistíveis devido à inclinação natural do nosso cérbero por novidades. Esse é um resquício evolutivo, herança dos tempos em ficar rastreando os arredores era necessário à sobrevivência. Não à toa que nossa mente adora distrações. Quando alternamos entre atividades, nosso cérebro nos recompensa com doses de dopamina.
O problema disso é que, após desviar a atenção para uma distração, levamos uma média de 25 minutos para retomar a atividade original. No fim, a triste verdade é que nosso cérebro não foi feito para manter a concentração em uma única coisa. Por isso, o hiperfoco requer esforço deliberado.
Gerencie seu espaço atencional de forma intencional
O autor utiliza o termo “espaço atencional” para se referir a quantidade de capacidade mental de que dispomos, em determinado momento, para nos concentrar e processar as informações. Quanto mais complexa for a tarefa em questão, maior será o espaço atencional que ela requer. Por outro lado, os hábitos, ocupam pouco espaço atencional.
“A situação de seu espaço atencional determina a situação da sua vida. Quando o espaço atencional está sobrecarregado, você também se sente sobrecarregado… Quanto mais arrumado mantiver seu espaço atencional, mais claramente vai pensar.”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
Tarefas simples e rotineiras podem ser feitas em piloto automático, ou na forma de multitarefas. Ex: escutar um audiolivro enquanto caminha ou conversar enquanto lava a louça. Porém, atividades de maior nível de complexidade, requerem atenção com intenção. Do contrário, deixamos que as distrações disputem com elas pelo nosso espaço atencional, que acaba ficando sobrecarregado.
O problema de sobrecarregar o espaço atencional é que isso afeta nossa memória e produtividade. Além de perder tempo precioso alternando entre atividades, ficamos mais propensos a erros e esquecimentos, sem contar que o nível de estresse aumenta consideravelmente.
Como sair do piloto automático
Administrar a atenção com intenção é a chave para uma vida mais organizada, com maior produtividade e menos estresse. Veja a seguir práticas eficazes para gerenciar seu espaço atencional de forma inteligente:
Mantenha-se atento ao seu espaço atencional
Uma poderosa ferramenta para gerenciar a atenção é ficar atento aos pensamentos. Essa prática nos torna mais produtivos, pois quanto mais rápido você se dá conta do que está preenchendo seu espaço atencional, mais rápido retomará o foco quando a mente começar a divagar, coisa que ela faz em 47% do tempo.
Reflita: quanto de seu temo você gasta intencionalmente? Por quanto tempo consegue manter o foco? Por quanto tempo sua mente devaneia até você perceber?
Definir 3 tarefas diárias
O autor introduz o que ele chama de regra de 3: no início de cada dia, escolha 3 coisas que deseja ter realizado até o fim do dia. Ele defende que, ao se forçar a definir apenas 3 intenções principais, você realiza várias outras. Além disso, as limitações dessa regra obrigam você a descobrir o que de fato importa.
Limpe a mente dos circuitos abertos
“… nosso cérebro é feito para ter ideias, não para armazená-las. Um cérebro vazio é um cérebro produtivo, e quanto mais coisas tiramos da cabeça, mais claramente vamos pensar.”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
Compromissos pendentes são como circuitos abertos que ficam rodeando os pensamentos, gerando ansiedade e dificultando o foco. Por isso, guardar as tarefas e compromissos na memória não é um bom uso do seu espaço atencional. Com o simples ato de transferir essas informações para uma agenda, você terá mais clareza de pensamento.
Quer ir tirar proveito máximo dessa dica? Mantenha um caderno ou bloco de notas sempre a seu alcance. Anote todas as ideias, preocupações e compromissos pendentes que surgirem. Ao tirar essas informações da cabeça e colocá-las em uma lista, você garante que elas não incomodem quando você precisar se concentrar em outra coisa.
Simplifique seu ambiente
Sabendo que as distrações costumam ser irresistíveis, você pode se prevenir, simplificando seu ambiente de trabalho e removendo as principais fontes de interrupção. Ex:
- Desative os alertas sonoros e de vibração do celular. Melhor ainda se puder deixar o dispositivo fora do seu alcance enquanto trabalha em modo hiperfoco;
- mantenha seu ambiente de trabalho organizado: a bagunça provoca um estresse instantâneo e atrapalha a concentração;
- introduza deixas mais produtivas em seu ambiente. Ex: plantas têm efeito calmante, enquanto um quadro branco pode ser um convite a um branstorming.
Use o smartphone com moderação
Além de ser uma fonte riquíssima de distrações, o celular ainda esconde outra armadilha: sabe aqueles intervalos em que você aproveita para zapear as redes sociais, sob a justificativa de relaxar um pouco?
Saiba que esses intervalos podem servir de entretenimento, mas estão bem longe de ser relaxantes! Isso porque consumir conteúdo das redes sociais requer boa parte da sua atenção, ocupando seu valioso espaço atencional.
Por isso, além de desativar as notificações, é essencial gerenciar o uso das redes sociais. Em vez de ficar zapeando a cada oportunidade do dia, determine um horário e um período específico para isso. Você também pode configurar um timer que limite o uso desses aplicativos.
Aumente o tamanho de seu espaço atencional
Há duas formas comprovadas de aumentar seu espaço atencional: praticado a atenção plena e a meditação:
- A atenção plena consiste em estar atento ao momento presente. Comece praticando por um ou dois minutos em atividades simples, como ao tomar café da manhã ou durante o banho. Foque sua consciência ao executar essas atividades. Quando notar a mente divagar, traga-a de volta ao momento presente.
- Para praticar a meditação, basta sentar-se de forma confortável, com a coluna ereta e direcionar a atenção à sua respiração. Logo sua mente vai divagar, o que é normal e esperado. Sempre que isso acontecer, traga o foco de volta para a respiração. Cada vez que você retorna a mente divagante aos detalhes da respiração, você aumenta sua capacidade de controle sobre sua atenção.
Quando e como colocar o modo hiperfoco em prática?
O hiperfoco otimiza nosso trabalho, pois permite máxima produtividade. No entanto, esse modo tem suas limitações e não é adequado para todos os tipos de atividades. Veja a seguir quais tarefas compensam realizar em hiperfoco e como ativar esse modo:
Quando hiperfocar:
- Sempre que possível para tarefas objetivas. Havendo oportunidade de dedicar um período livre de distrações a qualquer atividade, será muito mais produtivo e recompensador utilizar o hiperfoco do que agir no piloto automático;
- em tarefas que só você pode fazer (atividades não colaborativas) e que exijam produtividade;
- em tarefas complexas (aquelas em que você performa significativamente melhor quando dedica toda a sua atenção);
- naquelas atividades que você tem maior aversão e mais procrastina. Geralmente são as tarefas que você considera chatas, frustrantes ou difíceis.
Como hiperfocar:
- Determine um intervalo de tempo com o qual você se sinta confortável a dedicar o máximo de atenção. Pode ser blocos de 15, 30, 45 ou 60 minutos. Seja honesto com você mesmo. Seu limite de hiperfoco vai aumentar com o tempo de prática, mas é importante começar aos poucos;
- antecipe os obstáculos. Planeje seu tempo de hiperfoco com antecedência para preparar seu ambiente de forma a prevenir interrupções. Avise colegas ou familiares para não interromperem, desative as notificações do celular ou deixe-o em um cômodo afastado, retire distrações do ambiente;
- defina um alarme: programe um timer com o bloco de tempo estipulado no início. Se usar o timer do celular, deixe-o em modo avião durante esse período;
- hiperfoque: quando perceber que sua mente divagou ou que você se distraiu, traga a atenção de volta o quanto antes. Se sentir que pode avançar por mais tempo quando o alarme tocar, continue no hiperfoco.
O modo foco disperso é o oposto do hiperfoco
“Assim como o hiperfoco é o modo mais produtivo do cérebro, o foco disperso é o mais criativo”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
O foco disperso é o modo de divagação da mente. Ele é prejudicial à produtividade quando se intromete em atividades que exigem concentração, mas tem vantagens incríveis se soubermos utilizá-lo com intenção. Isso porque esse modo apresenta 3 importantes efeitos:
- Permite definir intenções e planos para o futuro: enquanto o hiperfoco se concentra totalmente no momento presente, o foco disperso promove o pensamento no futuro;
- recarrega o hiperfoco, pois repõe a energia mental para que você possa continuar se concentrando por mais tempo;
- ajuda a conectar ideias antigas e criar novas, trazendo soluções criativas ao seu espaço atencional.
Como ativar e tirar o máximo proveito do modo foco disperso
Apesar de tantas vantagens, temos a tendência de evitar o foco disperso, porque, normalmente, ele está associado ao tédio. Em geral, fugimos do tédio como o diabo foge da cruz, recorrendo às distrações, como ligar a TV, checar e-mails, mensagens e zapear as redes sociais.
Para alcançar o foco disperso, é necessário tirar um tempo para relaxar e permitir que a mente entre em seu padrão de ruminação. Aliás, não é à toa que tirar um tempo para pensar sem distrações é uma das recomendações que encontramos no livro Essencialismo.
Outro motivo pelo qual fugimos do foco disperso se deve à tendência da mente divagar para o negativo quando pensa no passado. Contudo, estudos mostram que apenas 12% do tempo em foco disperso é gasto em eventos passados. A maior parte do tempo nesse modo se passa no presente e no futuro, por isso ele é tão produtivo.
Os 3 estilos de modo foco disperso
Segundo, Bailey, há 3 estilos de foco disperso, cada um com suas características e modos de ativar:
- Modo de captura: consiste em simplesmente deixar a mente divagar livremente e captar tudo o que surgir. Basta tirar alguns minutos com caneta e papel, sem distrações por perto. O autor recomenda utilizar essa tática 15 minutos por semana;
- modo de resolução de problemas: mantenha um problema solto na mente e deixe seus pensamentos divagarem em torno dele. Esse modo é útil quando você precisa ponderar entre alternativas ou encontrar alguma solução criativa para um problema complexo;
- modo habitual: esse é considerado o modo mais poderoso. Consiste em realizar uma tarefa simples, que não demande atenção consciente, como lavar a louça ou sair para uma caminhada, e capturar as ideias que surgirem.
“Cada vez que trocarmos o tédio pelo estímulo, não conseguimos planejar, desencavar ideias que nossa mente incubou ou recarregar nossas baterias para trabalhar mais tarde com mais energia e propósito”
Chris Bailey, no livro Hiperfoco
A chave é alternar intencionalmente entre hiperfoco e foco disperso
Ambos modos são essenciais para a produtividade. Como o hiperfoco consome muita energia mental, quanto mais tempo você trabalhar nesse modo, mais frequentes deverão ser suas pausas para recarregar por meio do foco disperso.
O autor recomenda fazer uma pausa pelo menos a cada 90 minutos de hiperfoco, ou 15 minutos de foco disperso para cada hora de trabalho. Além disso, não hesite em fazer uma pausa quando sentir que seu foco está diminuindo, ou após encerrar uma grande tarefa.
Não se engane pensando que essas pausas são gasto de tempo, pois elas permitem recarregar a energia mental e retomar o foco com produtividade máxima. Segundo Bailey, fazer pausas estratégicas é uma das coisas mais produtivas que você pode fazer.
Como o livro Hiperfoco agregou valor na minha vida e rotina
Confesso que o conhecimento de que a atenção é um bem valioso e restrito não era novidade para mim antes de ler o livro Hiperfoco. Por isso, eu já tinha hábitos como desativar as notificações do celular e preparar um ambiente livre de distrações para trabalhar.
A meditação e o uso controlado das redes sociais também já eram parte da minha rotina antes da leitura, bem como o costume de colocar na agenda todas as minhas tarefas, a fim de liberar meu espaço atencional do compromisso de ter que lembrar de todas elas.
A principal contribuição que o livro Hiperfoco me trouxe foi em relação a fazer uso intencional do modo foco disperso como meio de fortalecer meu hiperfoco. Eu, que antes aproveitava os intervalos de refeição para escutar podcasts, passei e reservar algumas dessas pausas para deixar minha mente divagar. Também adicionei alguns intervalos curtos entre períodos de hiperfoco, a fim de recarregar a energia mental.
E então, o livro Hiperfoco vale a pena?
Quanto à minha impressão sobre a leitura, posso assegurar que é super fácil e agradável de ler. Alguns conceitos são reforçados de forma repetitiva ao longo do livro, o que pode desagradar a alguns leitores. Pessoalmente, eu não me senti incomodada com isso, pois acho a repetição útil para a fixação do aprendizado.
Espero que esse resumão do livro Hiperfoco tenha sido útil, e que você possa implementar algumas das dicas aqui presentes na sua rotina. Contudo, recomendo fortemente que você leia o livro na íntegra, pois mesmo após esse contato prévio com os conceitos abordados, tenho certeza de que a leitura vai agregar muito valor na sua vida, assim como agregou na minha.
Quer saber mais sobre o tema?
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Hiperfoco: Como trabalhar menos e render mais
Autor: Chris Bailey
Esse livro introduz os conceitos de hiperfoco e foco disperso como os dois modos em que a mente trabalha. O modo hiperfoco é valioso para obter a melhor performance em tarefas complexas, enquanto o foco disperso é o responsável por repôr nossa energia mental e pelos insights criativos. A chave para a produtividade e criatividade máxima está em alternar entre esses modos de forma intencional. E é isso o que Chris Bailey se propõe a ensinar nessa obra.
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