O minimalismo como estilo de vida propõe simplificar, reduzir e focar no essencial, em vez de buscar a felicidade na acumulação de bens materiais ou de atividades sem propósito. Mas isso não significa que para se tornar minimalista, você precise abrir mão dos luxos ou prazeres da vida.
Pelo contrário, o minimalismo nos convida à reflexão sobre o verdadeiro valor de cada coisa, a fim de manter apenas o que contribui para o bem-estar e realização pessoal.
Nesse artigo você vai aprender o que é o minimalismo (e também o que não é), as vantagens de adotar essa abordagem e dicas de livros maravilhosos sobre o tema e um excelente documentário. Vamos lá?
O que é minimalismo?
O termo “minimalismo” tem várias aplicações, podendo se referir a movimentos artísticos e culturais em diversos segmentos como artes plásticas, moda, arquitetura, design e praticamente qualquer forma de arte. Geralmente se caracteriza por uma estética simplificada e funcional.
Em qualquer segmento, o minimalismo busca reduzir a obra com um todo ao essencial, destacando a beleza da simplicidade e promovendo uma sensação de ordem e clareza.
Assim, trazendo esse conceito para a nossa rotina, considerando a vida como sendo a obra em questão, o minimalismo significa priorizar o que é realmente importante e eliminar o que é desnecessário. Isso se aplica de várias formas. Ex:
- manter o ambiente (casa, trabalho) organizado;
- adotar um padrão de consumo mais consciente;
- valorizar mais experiências do que bens materiais;
- fazer uso moderado e consciente das mídias sociais.
Derrubando mitos sobre o minimalismo
O termo minimalismo, embora muito em voga, pode acabar levando a erros de interpretação para quem não conhece o propósito desse estilo de vida. Por isso, além de esclarecer o que é o minimalismo, também vale destacar o que NÃO é o minimalismo. Veja:
Mito: minimalismo significa viver com o mínimo possível
Verdade: o minimalismo é mais sobre intencionalidade e menos sobre a quantidade exata de coisas ou preços delas. Trata-se de manter apenas o que agrega valor e eliminar o excesso que não contribui para o bem-estar.
“O que é suficiente para viver? Cada um é que sabe, pois o minimalismo não é um conjunto de regras que impõe o que cada um deve ter e em qual quantidade”
Gianini Ferreira, em Mente Minimalista
Mito: o minimalismo te obriga a abrir mão dos seus bens materiais.
Verdade: embora o desapego a bens materiais ande de mãos dadas com o minimalismo, isso não significa que você não deva estimar seus pertences. A ideia é valorizar e preservar os itens que trazem alegria, utilidade e significado, enquanto se desfaz do excesso que apenas contribui para a desordem e o estresse.
“Minimalismo não tem a ver com se livrar das coisas que você ama, mas com se livrar das que desviam sua atenção daquilo que você ama.”
Joshua Becker, em Casa Minimalista
Mito: o minimalismo é um método de contenção de gastos
Verdade: segundo Gianini Ferreira, autor do livro Mente Minimalista, o minimalismo deve ser uma escolha consciente, não um impulso forçado por circunstâncias da vida, como necessidade de cortar despesas. De qualquer forma, a economia que se faz é uma consequência de uma vida mais equilibrada, sem excessos.
“A proposta do minimalismo é ter e usar o suficiente, livrando-nos do excesso que rouba a qualidade do nosso tempo e da nossa vida.”
Gianini Ferreira, em Mente Minimalista
Quais são as vantagens de adotar uma vida minimalista?
Adotar o minimalismo é um passo em direção a uma vida mais consciente, onde o foco é direcionado ao que realmente importa, trazendo maior sensação de liberdade e contentamento. Veja algumas das vantagens desse estilo de vida:
O minimalismo te torna mais assertivo e produtivo
Na prática, se tornar uma pessoa minimalista significa abrir mão de tudo o que não contribui para nossos objetivos. Isso implica em saber dizer não com muito mais frequência do que estamos acostumados.
Segundo Gregg McKeow, autor do livro Essencialismo, quase tudo é ruído, poucas coisas são realmente essenciais. Saber distinguir, exige proatividade e uma busca deliberada por fazer menos, porém, melhor.
“O resultado é que, ao investir em menos coisas, temos a experiência satisfatória de alcançar um avanço significativo no que mais importa”
Gregg McKeown, em Essencialismo
Uma vida minimalista reduz o estresse
Não dá para ignorar que um ambiente entulhado inspira desânimo logo à primeira vista, não é mesmo?
Se desfazer do excesso de bagagem material e mental, traz uma sensação de alívio, reduzindo a ansiedade.
Além disso, o minimalismo propõe uma abordagem mais deliberada e consciente para lidar com o estresse. Ao invés de tentar abafar as emoções com compras compulsivas e gratificação imediata, nos convida a olhar para dentro e questionar o que realmente queremos.
Você se liberta do apelo excessivo do consumismo
A constante pressão para adquirir mais coisas pode levar a um ciclo vicioso de compra e acumulação, onde a satisfação é momentânea e seguida por desejos ainda maiores. Ao adotar uma mentalidade minimalista, você passa a se questionar ativamente antes de uma nova compra.
Muitas vezes (eu diria que na maioria delas) você vai se dar conta de que o desejo pelo novo item vai embora logo após o impulso de comprá-lo. Se libertar do apelo consumista traz um enorme alívio mental, e, é claro, financeiro também!
Sem contar que a redução no consumo também implica em uma vida mais sustentável, com menor geração de resíduos e menor impacto ambiental.
O minimalismo contribui para o autoconhecimento
Adotar o minimalismo implica em fazer escolhas conscientes em todas as áreas da vida. Ao se questionar sobre a necessidade de cada item, compromisso ou atividade, você é levado a refletir sobre seus próprios valores, prioridades e identidade. Não tem como fugir!
Além disso, a simplificação ajuda a eliminar as distrações externas, dando maior destaque para os pensamentos e emoções internas.
Como o minimalismo no ambiente contribui para uma rotina mais funcional
O nosso ambiente exterior reflete o nosso interior e vice-versa. Parece papo de coach, mas fato é que uma mente organizada é incompatível com um ambiente bagunçado. Nesse sentido, a simplificação e a ordem nos espaços físicos se estende às mentes habitantes desses locais.
Assim, a organização proporcionada pelo minimalismo não é apenas estética. Vale destacar que essa abordagem contribui para uma rotina mais eficiente. Afinal, um ambiente livre de desordem facilita as tarefas diárias, reduzindo o tempo gasto em procurar itens perdidos e minimizando distrações.
E não pense que uma casa minimalista é vazia e sem graça. Você não precisa se desfazer da decoração nem de qualquer objeto de valor!
Aliás, eu também tinha esse receio e um certo preconceito com o termo minimalismo, até assistir ao documentário Minimalismo já, na Netflix, que derrubou as crenças equivocadas que eu tinha sobre o minimalismo.
O minimalismo digital melhora a produtividade e qualidade de vida
Uma das maiores fontes de distração é essa que está aí na sua mão. Se por um lado o smartphone facilita inúmeros processos do cotidiano, por outro lado, pode se tornar um ladrão de produtividade, um abdutor de horas de vida e uma potencial fonte de estresse e insatisfação.
Longe de mim tiranizar a tecnologia! É inegável que ela nos proporciona facilidades nunca antes imaginadas. Mas, já dizia o tio do Peter Parker: “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, e o smartphone é um dos melhores exemplos disso. Ou você controla ele, ou ele te controla!
Segundo Cal Newport, autor do livro Minimalismo Digital, as mídias sociais estão expandindo sua influência sobre nós para além do propósito original, de forma que estão ditando como nos comportar, e chegam a nos coagir a usá-las mais do que achamos que é saudável.
Por isso, adotar as premissas do minimalismo no uso da tecnologia é a forma mais inteligente de tirar o máximo proveito do que ela tem a nos oferecer, sem sermos consumidos por ela.
“O minimalismo digital definitivamente não rejeita as inovações da era da internet, mas sim a maneira como tantas pessoas atualmente se envolvem com essas ferramentas.”
Cal Newport, em Minimalismo Digital
Adote o minimalismo e tenha uma vida mais leve
O minimalismo como estilo de vida contribui para maior clareza mental, redução do estresse, maior produtividade e até economia de dinheiro, entre tantas outras vantagens. Em um mundo de excessos, ser assertivo requer subtrair mais do que adicionar.
Mas isso não significa abdicar do que gostamos, nem tampouco passar necessidade. Muito pelo contrário! O minimalismo é um convite a ajustar o foco para o que realmente é importante e eliminar todo resto. Com isso, a vida fica mais leve e feliz.
Quer saber mais sobre o minimalismo e como aplicá-lo na sua vida? Então confira a seguir as dicas que separei para você 😉
Documentário e livros sobre o minimalismo
Mente minimalista
Autor: Gianini Ferreira
Esse é um excelente livro para quem está dando os primeiros passos no minimalismo, ou está em dúvida se vale a pena aderir. O mais legal nesse livro, é que ele não impõe as ideias.
Enquanto compartilha suas visões, o autor vai guiando o leitor pelas reflexões, fazendo perguntas e induzindo insights e autoconhecimento.
O fato do autor ser brasileiro é também uma vantagem, pois traz uma proximidade maior e fica claro como suas ideias e seu discurso são aplicáveis à realidade do nosso dia a dia. Aliás, se quiser conhecer melhor o autor, dê uma olhada no seu canal Vida plena, no YouTube.
Casa Minimalista
Autor: Joshua Becker
A proposta desse livro é oferecer um guia prático para eliminar o excesso de desordem e organizar seus espaços de forma eficiente.
A ideia principal é que ao eliminar os excessos em casa, nos livramos da bagunça e ganhamos mais espaço e tempo para aproveitar o que realmente importa.
Com isso, nos libertamos para uma vida plena, mais feliz e com propósito. Então se você quer um lar mais leve e organizado, mas não sabe como começar, pode apostar nessa leitura.
Menos é mais
Autor: Francine Jay
Menos é mais tem a proposta de aplicar o minimalismo no lar e, consequentemente, na rotina. A obra apresenta dez passos para eliminar a bagunça, com técnicas que podem ser aplicadas a todos os cômodos da casa.
Além disso, a autora ensina como envolver a família inteira no novo estilo de vida minimalista. A leitura é tão estimulante que, em vez de achar chato arrumar a casa, você vai se sentir super empolgado/a com a missão!
O passo a passo é realmente prático e aplicável, comprovado por milhares de leitores, que relatam viver muito melhor em seus lares mais organizados com a ajuda desse livro.
Essencialismo
Autor: Greg McKeown
Esse livro mostra que é possível equilibrar trabalho e vida pessoal, entregando contribuição máxima nessas áreas e vivendo-as plenamente, com resultados significativos e sem se exaurir.
Derruba de vez a crença de que pessoas produtivas precisam estar sempre ocupadas e sobrecarregadas.
Quanto à experiência de leitura, posso assegurar que o livro faz jus ao princípio que prega: ele é simples, fácil de entender e direto ao ponto, sem encheção de linguiça. Conteúdo rico e essencial para quem quer uma vida com mais propósito e menos estresse!
Minimalismo Digital
Autor: Cal Newport
O uso desequilibrado das mídias sociais pode comprometer a produtividade, aumentando ainda o estresse e a ansiedade. Porém, mesmo reconhecendo isso, pode ser difícil se libertar da prisão digital.
Esse livro mostra, com estratégias validadas e exemplos reais, como podemos recuperar o controle de nossas vidas com práticas minimalistas em nossa rotina. Importante destacar que o autor não demoniza o universo digital, mas propõe uma relação mais saudável com a tecnologia, focando em uso intencional e consciente.
Minimalismo Já
Documentário da Netflix
Esse documentário da Netflix, aborda o movimento minimalista através das experiências dos amigos Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, conhecidos como “The Minimalists”, enquanto eles compartilham suas histórias pessoais de transformação.
O documentário mostra como a busca desenfreada por bens materiais pode levar ao estresse, dívida e insatisfação, e apresenta o minimalismo como uma alternativa para alcançar uma vida mais significativa e feliz.
A abordagem acessível e empática dos protagonistas é também um ponto que merece destaque.
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